Blognews

Obesidade e doença renal – entenda a relação entre esses dois problemas de saúde pública

14 de Outubro de 2024

Recife, 11 de outubro de 2024

A obesidade é uma condição crônica preocupante, que, nos próximos anos, poderá afetar entre 18% e 21% de homens e mulheres, respectivamente, em todo o planeta. Nesta sexta-feira, 11/10, Dia Nacional de Prevenção da Obesidade, o médico Rafael Pacífico, nefrologista da Uninefron, faz um alerta: “A doença pode aumentar o risco de uma série de outras complicações de saúde, como diabetes, asma e problemas cardiovasculares, lembrando ainda que excesso de peso tem impacto significativo sobre a função renal”, garante.
De acordo com o médico, estudos apontam que pessoas cujo peso está acima dos padrões considerados “normais”, como aquelas com sobrepeso ou obesidade, apresentam entre duas e sete vezes mais chance de sofrer um colapso dos rins, levando a graves quadros de doença renal. “O excesso de peso faz com que os rins trabalhem mais para filtrar resíduos e fluidos do corpo, e isso não é bom para a saúde renal”, ressalta Rafael Pacífico.
O nefrologista também apontou alguns dos principais fatores que relacionam a obesidade com a saúde dos rins. Confira:
1 – Aumento da pressão nos rins: A obesidade leva ao aumento da pressão arterial, forçando os rins a trabalharem mais para filtrar o sangue. Essa sobrecarga pode danificar os pequenos vasos renais, causando hipertensão e hiperfiltração glomerular, fatores que contribuem para a progressão da doença renal crônica (DRC).
2 – Resistência à insulina e diabetes: Pessoas com obesidade têm maior risco de desenvolver resistência à insulina, o que pode resultar em diabetes tipo 2. O diabetes mal controlado causa danos aos rins (nefropatia diabética), uma das principais causas de insuficiência renal.
3 – Doença renal glomerular: O excesso de peso pode aumentar a incidência de doenças glomerulares (condições que afetam os glomérulos, os filtros microscópicos nos rins).
4 – Inflamação crônica: A obesidade está associada a um estado inflamatório crônico, com a liberação de citocinas pró-inflamatórias pelas células adiposas. Esse processo inflamatório pode causar lesão renal direta e contribuir para a deterioração da função renal ao longo do tempo.
5 – Dislipidemia: Alterações nos níveis de colesterol e triglicerídeos (dislipidemia) são comuns na obesidade e podem afetar os vasos sanguíneos renais, comprometendo a função do órgão.
6 – Risco de cálculo renal (litíase urinária): A obesidade aumenta a excreção de substâncias como cálcio e ácido úrico na urina, elevando o risco de formação de cálculos renais (pedras nos rins), o que pode prejudicar a função renal.
7 – Síndrome metabólica: A obesidade está frequentemente associada a outras condições metabólicas, como hipertensão, dislipidemia e hiperinsulinemia, que são fatores de risco para a DRC.
E como prevenir ou controlar a obesidade?
Segundo o médico Rafael Pacífico, a resposta não é nenhum mistério e está baseada em quatro pilares fundamentais para uma vida saudável: controle de peso, alimentação balanceada (rica em fibras, proteínas magras e com baixo teor de gorduras saturadas), prática de atividade física e controle da pressão arterial e do diabetes.
“Também é recomendado estar atento ao histórico familiar de doenças; evitar ao máximo fumar e consumir álcool em excesso; e realizar consultas de rotina e check-ups regularmente. Vale ressaltar que todas as medidas para prevenção e tratamento de qualquer patologia só devem ser seguidas de acordo com a orientação de um profissional capacitado”, conclui Rafael Pacífico, nefrologista da Uninefron.

Voltar