Dia Mundial do Diabetes: nefrologista alerta para o impacto do diabetes nos rins
15 de Novembro de 2024O dia 14 de novembro é conhecido como o Dia Mundial do Diabetes, uma data estabelecida para conscientizar a população sobre os impactos negativos da doença, incentivando o acompanhamento médico regular e hábitos de vida mais saudáveis. A enfermidade pode evoluir com complicações graves e crônicas, podendo atingir também a saúde renal, comprometendo severamente os rins, como alerta a médica Ângela Santos, nefrologista da Uninefron.
De acordo com Ângela Santos, as doenças renais podem atingir 30% dos diabéticos, sendo que 25% na diabetes tipo 1, e de 5 a 10% na diabetes tipo 2 (mais tardia). “O diabetes pode impactar consideravelmente os rins, pois níveis elevados de glicose no sangue, ao longo do tempo, podem danificar os vasos sanguíneos e os pequenos filtros renais (glomérulos), que desempenham um papel crucial na filtragem do sangue”, garante ela.
A médica explica que essa condição é chamada de nefropatia diabética, uma das complicações comuns, a longo prazo, para pessoas com diabetes, especialmente em casos de controle inadequado dos níveis de glicose. “Essa patologia é a causa mais frequente de progressão para disfunção renal crônica terminal, que, se não tratada, pode evoluir e levar à necessidade de diálise ou transplante”, esclarece Ângela Santos.
Fatores de risco e sintomas de complicações renais em diabéticos
A nefrologista Ângela Santos reforça que é importante destacar a existência de fatores de risco associados que aumentam a probabilidade de pessoas diabéticas desenvolverem problemas renais, como hipertensão arterial, obesidade, sedentarismo, tabagismo, etnia (maior propensão entre hispânicos, afro-americanos, asiáticos, por exemplo), fatores genéticos e menor controle glicêmico.
A médica alerta que as complicações renais geralmente são assintomáticas nas fases iniciais, mas alguns sinais podem surgir, conforme a condição avança, como:
– Inchaço nas pernas, tornozelos e pés;
– Pressão arterial elevada;
– Fadiga e fraqueza; anemia
-Urina espumosa e necessidade frequente de urinar, especialmente à noite; e
– Perda de apetite e náuseas em estágios avançados.
Diagnóstico precoce é essencial para o controle da doença
A importância do diagnóstico precoce e prevenção é essencial para controlar a doença e minimizar sua progressão. Por isso, Ângela Santos destaca que a pessoa com diabetes deve realizar exames regulares de urina para identificar danos nos rins. “Esses exames detectam se há presença da proteína albumina na urina. Nesses casos, é um alerta e um marcador da presença da doença diabética renal e, de que os rins estão perdendo sua capacidade funcional, sendo importante tomar medidas imediatas para frear a evolução para as fases mais graves da doença”.
“A melhor forma de prevenir e/ou reduzir o avanço da nefropatia diabética inclui o controle da glicemia e da pressão arterial, com medicamentos que atuem na nefroproteção com ação na perda de proteína na urina, uma alimentação saudável (com baixo consumo de proteínas nas fases mais avançadas), prática regular de atividade física, controle de peso e abstenção do tabaco. A consciência da necessidade desse acompanhamento regular e multidisciplinar, com um nefrologista, endocrinologista, nutricionista é essencial para o sucesso no controle e prevenção”, conclui a médica Ângela Santos, nefrologista da Uninefron.